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Como o Facebook está mudando a internet

Existe uma grande possibilidade de que todo mundo que você conhece tenha uma conta no Facebook e isso nunca aconteceu na breve história da internet. Por culpa disso, o poder da empresa ultrapassou muito daquilo que conhecemos. Afinal, não importa onde você estiver ou o que você está fazendo, o Facebook pode ser uma parte essencial para seu futuro sucesso ou fracasso. Por isso que é tão importante entender como que a empresa anda fragmentando a internet e, em parte, destruindo aquilo que tanta gente ama.

Algumas vezes, eles tem ideias que parecem interessantes. Como a associação que o Facebook fez com uma empresa de telecomunicação no Quênia. Lá, o Facebook conseguiu fazer com qualquer visita ao site fosse feita de forma gratuita, o que acabou causando com que muitos dos usuários do Facebook lá passassem a considerar que a internet e o Facebook fossem a mesma coisa. Dando ainda mais poder para a empresa.

How Facebook Is Changing Your Internet

Behind the scenes, Facebook is involved in high-stakes diplomatic battles across the globe that have begun fragmenting the internet itself. Producers: Jonah Kessel Paul Mozer Senior Producer: Liz Baylen

O que pode não ser tão bom assim já que o controle de algoritmos deles não mostram o que realmente está acontecendo. Dessa forma, toda sua presença online está sendo decidida por uma série de programadores nos Estados Unidos. Agora, imagina que você resolve usar essa versão gratuita do Facebook para abrir um negócio. Você começa a vender seus produtos usando o que foi lhe oferecido e, um dia, tudo muda de forma. Como você reagiria caso o Facebook resolvesse te cobrar por aquilo que, anteriormente, era oferecido de graça?

Eu sei que isso pode soar muito hipotético mas eu já vi isso acontecendo antes. Há alguns anos, era comum migrar de um blog para uma página de facebook devido ao número de visitantes e interações que você teria por lá. Conheço algumas pessoas que acabaram parando com seus blogs e migraram completamente para lá. Agora, depois da fase de lua de mel, onde tudo dá certo para você no Facebook, o que acontece quando eles diminuem seus visitantes? O que acontece quando o algoritmo do Facebook decide que você não é mais relevante para seus leitores e para de exibir seus textos e suas criações?

É isso que eu enxergo como sendo um dos maiores motivos pelos quais algumas pessoas ainda sofrem com o final do Google Reader. Para quem não sabe, o Google Reader era um serviço gratuito que o Google ofereceu gratuitamente até meados de 2013. A ideia é que você poderia inserir o RSS de alguns de seus blogs favoritos e ler tudo que você gosta por lá, do jeito que você quiser e sem a interferência de ninguém. Hoje em dia eu fico pensando em como que esse tipo de serviço é exatamente o oposto de tudo que vemos online. Afinal, Facebook, Twitter, Instagram e muitos outros sites usam de sua tecnologia para mostrar aquilo que eles acreditam que você deve ler e não o contrário.

Mas, voltando ao Facebook. Essa forma com a qual o site filtra o que você deve ver e aquilo que ele considera melhor para você acaba criando bolhas de informação e uma espécie de realidade de paralela. Uma realidade que pode ser difícil de escapar e que, cada vez mais, anda presente no seu dia a dia, mesmo você não sabendo.

Afinal, muito do que o Facebook quer é engajamento com usuários. Quanto mais engajamento, mais interessante para publicitários você passa a ser. Desse jeito, os conteúdos exibidos para você é aquilo que o Facebook considera mais lucrativos. Mas, não necessariamente, isso é o que você precisa saber. Cultura é uma coisa que não pode ser ditada por uma série de programadores dentro de uma empresa na Califórnia. O acesso a informação está sendo ditado por empresas e todos querem controle do que isso pode ser.

Com o crescimento da rede social, o que anda acontecendo é um crescimento de internets paralelas que não mostram o que é a realidade devido ao uso de suas regras particulares. Agora o Facebook é quem dita o que é considerado relevante. E, podemos nos perguntar se os valores dessa empresa são aqueles que devemos seguir. São esses os valores culturais que devemos usar para mostrar ao mundo aquilo que criamos, aquilo que somos? E como entender o que são esses valores sendo que eles não são abertos ao público e variam de um local para o outro?

É, cada vez que eu passo analisar mais o Facebook, fico pensando no que pode acontecer no futuro e como esse site precisa chegar ao fim. Pelo menos da forma com a qual ele existe hoje.

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