Maya Deren é uma dessas pessoas que estava muito a frente do seu tempo. Nascida na Ucrânia, ela adotou os Estados Unidos como sua pátria e foi lá que ela desenvolveu sua carreira no cinema experimental. Sendo assim uma das cineastas pioneiras na vanguarda da época.
Em The Witch’s Cradle ela apresenta sua visão de ocultismo direto de 1943. Tudo isso com uma qualidade que impressiona hoje em dia, quase oitenta anos depois de sua filmagem. Incluindo aí elementos básicos do cinema do estilo, como a jovem mulher que aparece com um pentagrama na sua testa por parte do filme.
Uma pena saber que nunca saberemos o que Maya Deren pretendia fazer com The Witch’s Cradle já que esse é um dos projetos inacabados da cineasta. O filme foi desenvolvido em cerca de um mês, entre agosto e setembro de 1943, na Galeria Guggenhei, durante uma exposição surrealista chamada Art of this Century. Talvez, por isso mesmo que um dos atores que aparecem no filme não seja ninguém menos do que Marcel Duchamp.
Não consegui descobrir o porquê que o filme foi abandonado por Maya Deren, mas sei que ele foi descoberto pelo pessoal da Anthology Film Archives que acabou editando o que podemos ver aqui. Mas várias sequências filmadas pela cineasta acabaram se perdendo.
Ou seja, o que você pode ver aqui, nesse vídeo de YouTube é uma edição crua, onde tomadas sobreviventes foram colocadas em ordem. Incluindo aí uma sequência filmada para ser reproduzida de trás para frente. Porém, nunca saberemos o que ela queria fazer com todo esse projeto.
Maya Deren morreu em 1961, aos 44 anos. Descobri seu trabalho de cinema experimental há muitos anos quando aprendi que algumas das imagens que ilustravam a capa de Merciless do Godflesh, eram de um filme dela. Esse filme, Meshes of the Afternoon, é um dos seus trabalhos mais conhecidos. Um dia, numa viagem a Londres em 2010, acabei tendo o prazer de assistí-lo no Tate Modern e foi um dos grandes momentos dessa viagem.
Para ver mais projetos da Maya Deren, você pode clicar aqui e ir direto no Mubi observar o que eles tem. Ou, saia explorando o YouTube que é repleto de vídeos seus.