Como o Vale do Silício está criando uma cultura de instabilidade
Esse ano vai ficar na minha cabeça como o ano onde os serviços que eu uso morreram, foram comprados ou anunciaram seu fim. Foi assim com o RDIO, o Sunrise, Mailbox e Wunderlist mas tenho certeza de que devem ter outros que já esqueci.
Esses foram os que mais me afetaram mas creio que devo receber e-mails quase mensais falando sobre startups, softwares e apps que foram comprados ou faliram. Alguns podem dizer que esse ciclo de vida de produtos online é assim mesmo mas não creio que essa é a forma com a qual isso deve ocorrer. De uma forma, acho até irresponsável a forma com a qual essas empresas lidam com sua falência e/ou compra.
O problema que eu tenho com tudo isso é que, quando uma empresa desenvolve um serviço online, ela precisa de usuários. Essas pessoas que passam a usar no dia a dia e apreciam o produto que aquela startup criou. Muitas dessas pessoas não teriam problemas em pagar para usar esses produtos mas muitas vezes tudo é gratuito. Para as startups, essas pessoas são usuários e usuários são apenas números. E quando os números não fazem sentido, algumas empresas fecham as portas.
E agora? O que acontece com todas as pessoas que usavam aquele site? O que acontece com todas aquelas pessoas que resolveram usar aquele serviço? Elas perdem tudo.
Algumas vezes, uma parte crítica de uma infraestrutura é perdida. Outras vezes é algo mais simples como escutar música. Mas o que fazer quando esse serviço desaparece? Todo o tempo que você gastou otimizando sua experiência e aprendendo a usar algo é jogado fora. E agora?
Fico pensando em quantas vezes vamos deixar isso acontecer antes de parar de confiar em startups. Grandes ou pequenas. Por que eu deveria baixar seu app se vocês vão fechar seu serviço no momento que alguém comprar vocês? Como podemos confiar nessas empresas?
Ando pensando nisso depois do final do RDIO e como não consegui encontrar outra alternativa a ele. Fico pensando nisso sabendo que o Sunrise vai parar de funcionar daqui um tempo. E ai? O que fazer?