Com Clube da Luta, Chuck Palahniuk virou o cara famoso que é hoje. Foi seu primeiro livro a virar filme e esse filme virou uma obra de arte essencial do cinema dos anos noventa. E acabou transformando Palahniuk no satirista social que acabou se tornando seu rótulo literário. Nos livros seguintes, ele criou histórias e roteiros cada vez mais esótericos e disconexos da realidade que o autor costumava criticar.
Em Pygmy, Palahniuk celebra os loucos e deixa de lado todas as outras coisas que poderia falar. Ele acabou criando uma história de uma escatologia sem fim onde o humor negro vive sem frescuras e que te deixa pensando sobre as possibilidades do que a história planeja.
“Looming visage noble American colonel. Courageous, renown of history, Colonel Sanders, image forever accompanied odor of sacrificial meat. Eternal flame offering wind savory perfume roasted flesh.” — Chuck Palahniuk
O trecho acima é apenas um pouco da bizarrice narrativa do livro. Aqui, o narrado é o personagem principal e ele faz tudo na sua versão estranha da lingua inglesa. O que pode ser extremamente interessante e chato na mesma página. FIquei tão perdido no início do livro que acabei ignorando um pouco quem era o autor. Até chegar na cena do banheiro do segundo capítulo, onde entendi perfeitamente o que Palahniuk estava escrevendo.
A história de Pygmy é a seguinte. Um espião treinado desde a infância num país fascista sem nome viaja para os Estados Unidos como estudante de intercâmbio. A finalidade da sua viagem é vingar todo o mal causado em seu país pelo berço americano do capitalismo.
No geral o livro é uma sequência estranha de um diário onde Pygmy conta a sua rotina numa cidade qualquer do meio oeste americano intermeado por alguns flashbacks da sua realidade antes da viagem, incluindo ai toda a brutalidade do seu treinamento. É nesse diário que dá para enxergar bem as críticas sociais que permeiam quase todas as obras de Palahniuk. O que me irritou na história foi a forma clichê que tudo vai pelos areas nos últimos capítulos do livro. Esperava algo mais caótico do que aquilo. Mas, no geral, foi uma ótima leitura.
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Palahniuk reina… tô terminando de ler Snuff e já comprei o Diário, que tô ansiosa pra caralho pra ler!!!