Para mim, o Zombi é um dos destaques de uma nova geração de música eletrônica que mescla elementos de sons clássicos do passado, como John Carpenter e Tangerine Dream, com elementos do rock progressivo. Com Direct Inject, lançado em 2024, eles continuam a mostrar que sabem o que estão a fazer.
Direct Inject vem na sequência de Liquid Crystal de 2022 e apresenta ainda mais referências sonoras no que eu chamaria de soundscapes retrofuturísticas. Finalmente, este disco parece ampliar ainda mais o que a banda tem feito ao longo dos anos.
Conheci o Zombi em 2007 quando escutei o Cosmos pela primeira vez. Não lembro muito bem como que a banda chegou até os meus ouvidos, mas eu lembro bem de ter uma certa dificuldade em entender o que era o som da banda. Eu era jovem e mais ignorante do que sou hoje e entendo perfeitamente o porquê disso tudo. Foi só com o Escape Velocity que passei a aprecisar o som do Zombi de verdade e, hoje em dia, sou um grande fã da banda.
Direct Inject é um dos meus discos favoritos de 2024 e ele vem com dois destaques para mim. Uma delas é a música “Bodies in the Flotsam” que me lembra a trilha sonora de algum filme do John Carpenter que nunca chegou a existir. O baixo bem marcado, o teclado de fundo mantendo um clima mais pesado, quase que consigo sentir a presença do Michael Myers atrás de mim. Outro destaque desse disco é “The Post-Atomic Horror” que vai para uma direção sonora um pouco diferente, me lembrando bem algumas bandas do que eu chamaria metal alternativo dos anos 1990.
Se você aprecia uma sonoridade que remete às trilhas sonoras repletas de sintetizadores e teclados dos anos 1970, mas com uma pegada de rock progressivo mais moderna, o Zombi pode ser a banda ideal para sua formação musical. E, com Direct Inject, eles mostram para o mundo que são banda que ainda tem muito o que mostrar.