Devo ter escutado o Fear Inoculum do Tool algumas vezes desde que o disco foi lançado, no final de agosto. Depois de muitos anos de espera, eu teria o prazer de escutar alguma coisa nova dessa banda que eu gosto desde quando era adolescente, Precisamente, desde quando vi o video de Stinkfist pela primeira vez. Esse foi meu primeiro contato com a banda e guiou muito do que eu escuto hoje em dia.
Meu primeiro contato com o Fear Inoculum do Tool veio no show que eles fizeram aqui em Berlim em Junho de 2019. Foi a minha primeira e, até agora, única experiência vendo a banda e o show foi tudo aquilo que eu esperava que seria. Durante o show, duas músicas, que eu não consegui reconhecer, acabaram sendo tocadas e eu presumi que seriam músicas do disco novo. Meu maior medo ali é que o disco seguiria na direção daquilo que eu escutei já que foi o momento mais tedioso do show. E é isso que acabou acontecendo e por isso mesmo que resolvi escrever esse review aqui.
Não consegui entender nada desse disco. Acho que, por isso mesmo, tentei escutar ele mais algumas vezes. Porém, nada parece fazer muito sentido para mim. E, toda vez que eu falo com alguém sobre a mediocridade desse disco, sinto como se eu estivesse errado por não ter entendido algo. Para mim, o Fear Inoculum do Tool acaba soando como um lado b do 10,000 days ou algo que eu não sei direito como explicar.
Durante a carreira do Tool, os momentos que eu acho mais interessante são quando a banda cria atmosferas que vão crescendo meticulosamente até que tudo explode em uma catarse musical. Músicas como Prison Sex, Schism, Parabola, Forty Six & 2; todas elas tem uma quase fórmula de progressão musical que segue o que eu disse anteriormente. Não é isso que acontece em Fear Inoculum do Tool. Nesse disco, as músicas parecem que se tornam uma coisa só. Afinal, as estruturas musicais parecem ser a mesma e nada muda muito a melodia das mesmas. O disco acaba soando meio exaustivo já que ele parece não chegar a lugar algum pelo fato de todas as músicas parecerem a mesma coisa. E, para deixar tudo ainda pior, os interlúdios cheios de teclados e sintetizadores soam tão amador que é difícil de acreditar que vem de uma banda como o Tool.
Para deixar tudo ainda pior, as letras Maynard James Keenan podem ser a pior coisa que eu já li na história do Tool. Toda essa história de pseudo espiritualismo é fraco e parece que ele não conseguiu encaixar muito da sua “poesia” nas músicas da banda e ele canta alguns versos no meio de uma música de 7 minutos. Talvez seria melhor ficar em silêncio mesmo.
Quando se trata da música em si, a banda continua tocando num nível de qualidade fora do comum. O instrumental das músicas continua interessante e a percussão do baterista Danny Carey é o destaque em 90% das músicas que eu escutei. Então, posso dizer que existem momentos bons no meio do disco, mas eles não chegam a remover o Fear Inoculum de uma mediocridade sem limites.
O Fear Inoculum do Tool é, para mim, o pior trabalho da banda e é difícil escutar o disco pensando nos bons discos do passado. É ainda mais triste pensar que esperei 13 anos para ver uma banda como o Tool se tornando esse grande nada.