Mesmo depois de tantas mudanças na direção musical do Ulver, é bem difícil imaginar que eles poderiam mudar de direção de novo e criar algo radicalmente diferente do que eles fizeram antes. Mas é isso que o Ulver fez com o The Assassination of Julius Caesar, um dos melhores discos que eu escutei em 2017.
The Assassination of Julius Caesar é uma mudança de direção musical na longa carreira do Ulver. Não sei explicar direito o estilo musical aqui mas está mais próximo de um synthpop do que de qualquer outra coisa. E, depois de ter visto o Ulver ao vivo ontem aqui em Berlim, acredito que synthpop possa ser exatamente o novo som deles. Porém, apesar de todos os clichês sonoros do estilo, o Ulver acaba colocando sua assinatura no estilo, incluindo alguns elementos de música eletrônica e trabalhos ambientes.
De qualquer forma, você que já conhece o trabalho do Ulver, pode dizer que algumas das suas músicas em Blood Inside chegariam perto desse synthpop que estou descrevendo aqui. Mas, acredito que o Ulver leva esse estilo um pouco além. Abusando de um saudosismo musical mas incluindo muito do que eles já faziam antes. Foi assim que eles acabaram lançando meu disco favorito de toda longa carreira dessa banda norueguesa que começou tocando um black metal extremo e mudou de direção sonora tantas vezes que fica difícil descrever tudo aqui.
Posso dizer em problemas que o Ulver nunca foi uma banda que eu realmente gostei. Mesmo seus discos de black metal, eles não me convenciam tanto quanto aqueles de bandas como Emperor e Darkthrone. Os discos mais experimentais não desciam bem comigo e eu preferia escutar bandas como Manes e Dødheimsgard. Porém, tudo mudou com The Assassination of Julius Caesar e eu continuo escutando esse disco, até agora enquanto escrevo esse breve review.
Agora fico pensando no que o futuro do Ulver vai soar. Será que eles continuarão tocando essa espécie de synthpop? Será que eles vão levar essa sonoridade ainda além? Eu não sei o que esperar aqui mas fico na expectativa de ser surpreendido novamente. Afinal, eles bem que poderiam lançar algo tão bom quanto o The Assassination of Julius Caesar. É o mínimo que eu gostaria de escutar.