Secrets of the Moon é uma banda alemã de black metal que tem mais de vinte anos de história. Por mais que tenha toda essa história, o primeiro disco deles que capturou minha atenção foi Sun, lançado em 2015 e um dos melhores discos do ano para mim. Esse disco foge bastante do que o mundo espera desse estilo bem extremo e continua com um movimento que parece ter começado nos seus discos anteriores.
Por mais que eu não lembre direito, eu vi o Secrets of the Moon tocando em um dos Hellfests que fui. Sei que eles tocaram e sei que assisti parte do show, mas ele foi tão sem graça que nem me lembro do que aconteceu por lá. Há alguns meses soube que o Dødheimsgard faria um show aqui em Berlin e que o Secrets of the Moon também tocaria. Foi assim que descobri o Sun e foi assim que me apaixonei por esse disco.
Toda estranheza sonora do Secrets of the Moon
Sun começa com a música No More Colours e foi ai que eu sabia que tinha algo de muito errado nesse disco. A introdução da música é um violão bem melódico que durante alguns segundos até que consegue guiar seus ouvidos para algo bonito. Ai, tudo muda e muda para muito melhor. Mas não se prepare para um black metal no melhor estilo Darkthrone. O Secrets of the Moon é diferente. Bem diferente. Os vocais não são tão ásperos e soam mais cantados do que eu imaginava. As guitarras são atmosféricas e me lembram mais shoegaze do que qualquer outra coisa. A bateria então insiste em bater num surdo ali que não deveria existir.
Depois de quase 10 minutos de pancadaria, chegamos a Dirty Black que já não parece nada com o que eu esperava de uma banda de black metal. Essa música me lembra mais um garage rock sujo do que qualquer outra coisa. Até o vocal soa diferente. A bateria só marca tempo e o baixo chama mais a atenção do que qualquer outro instrumento. É mais simples chamar essa música de gothic rock do que de black metal e é isso mesmo que o Secrets of the Moon parece estar fazendo.
Ai chegamos a Man Behind the Sun, que você pode ver no clipe logo abaixo. Aqui o Secrets of the Moon mostra o que eles querem fazer de verdade com Sun e foi a música que me convenceu a escutar esse disco mais e mais vezes. O vocal me lembra uma mistura estranha de Alice in Chains com Killing Joke e algumas vezes vai para uma direção ainda mais pesada. O instrumental em si joga fora todas as referências de black metal que você poderia ter. E isso é exatamente o que eu estava procurando.