The Children of the Night é o terceiro disco do Tribulation. Porém, como seus discos anteriores são uma amálgama estranha de estilos musicais, eu consideraria que esse daqui é o primeiro disco deles. Acredito que não devo estar sozinho nessa ideia mas, não estou aqui para escrever sobre essa teoria. Estou aqui para falar sobre um dos melhores discos que escutei em 2015 e uma das maiores surpresas musicais que tive no ano passado. Isso foi o Tribulation para mim e, por isso mesmo, acredito que vocês deveriam escutar essa banda.
O Tribulation começou em 2001, com o nome de Hazard, tocando uma mistura bem agressiva de death e trash metal. Durante esse período musical, eles lançaram o Putrid Rebirth EP, um disco meio fraco que chegou as prateleiras especializadas em 2006. Em 2009, eles lançaram o The Horror, que é um pouco mais inspirado pelo death metal old school e que eu realmente não gostei. Depois disso, eles lançaram o The Formulas of Death, em 2013, e foi ai que eles começaram a misturar death metal com rock progressivo e elementos de rock gótico. Foi assim que chegamos na hora do lançamento do The Children of the Night.
Tribulation e seu The Children of the Night
Nesse disco, um dos melhores lançamentos musicais de 2015, o Tribulation ainda usa de elementos do death metal mas o estilo aqui é mais próximo de um progressive death metal com elementos diversificados do que um death metal clássico. Isso tudo ainda é acrescido de muita melodia. Não necessariamente a ponto desse disco se tornar um death melódico mas o suficiente para você sair cantarolando partes de músicas na sua cabeça. Algumas vezes, essas partes melódicas ainda vem em forma de teclados, sintetizadores e xilofones como em um dos trechos mais interessantes de Melancholia.
Voltando ao tópico desse ser o primeiro disco da história do Tribulation, preciso dizer que em The Children of the Night você consegue escutar uma banda se encontrando. Nesse disco você consegue escutar uma mistura de estilos nascendo e uma forma diferente e bem nova de tocar death metal. Por mais que o disco anterior seja mais complexo musicalmente, esse disco soa mais progressivo e mais experimental. Isso sem perder um lado hard rock que, algumas vezes, soa quase pop. É sério. Demorei algumas vezes para assimilar esse disco mas agora eu não consigo colocar a primeira música do disco e não escutado inteiramente.
Além disso tudo, escutar as primeiras três músicas desse disco, Strange Ways Beckon, Melancholia e In the Dreams of the Dead, e não ficar batendo cabeça é algo impraticável. Especialmente Melancholia, que é o ponto alto do disco e mostra todo o lado progressivo da banda, além de ter trechos de guitarra que me lembram o clássico Fantasma da Ópera.
Só precisamos esperar o que vai acontecer no próximo disco da banda e ver se a evolução musical fez sentido. Afinal, não é todo mundo que mistura elementos de rock progressivo, death metal e música gótica e faz isso com sucesso. Vamos ver o que os anos trazem para esses suecos do Tribulation.
Ah, a capa do disco é mais gótica do que qualquer coisa que você vai escutar dentro do disco. Preciso deixar isso claro aqui já que foi um pseudo choque para mim quando escutei o disco pela primeira vez.