Não gosto de enviar muitas opções de layout quando um cliente precisa aprovar alguma coisa. Não gosto de dar opções para pessoas que não necessariamente sabem do que querem. Existem vários motivos por trás disso mas o mais forte de todos é porque eu sei que, se der opções demais para eles, meu trabalho vai triplicar. Não que eu não goste de trabalhar com o que eu faço, o problema aqui é outro.
O problema aqui é que, quando cercado de opções, a primeira coisa que o seu cliente vai fazer é ficar pensando, e você precisa ter medo disso. Afinal, essa linha de pensamento vai levar a um raciocínio similar a isso:
“Esse layout está bom, esse outro também. Se eu pedir para ele mudar algumas coisas, o layout só pode melhorar. Então, vou pedir para ele mudar algumas coisas e eu aprovo quando tudo ficar do jeito que eu quero”.
E pronto. Você acabou de criar o maior problema da sua vida. Um dos motivos disso é que seu cliente não sabe o que ele quer e, por culpa disso, você vai entrar num espiral de retrabalhos que só pode terminar com a total falta de vontade de viver.
A primeira vez que você entrou no site do Google você deve ter estranhado aquele layout. Acho que a mesma coisa aconteceu quando você pegou um iPod pela primeira vez. Design de qualidade vem dessa forma. Quando você prepara um designer com informações suficientes para ele criar algo que seja aquilo que possa criar desejo e que transforme o mundano numa experiência. É assim que funciona ou é assim que deveria ser.
Na grande parte das vezes a publicidade e o design acabam sofrendo amputações por parte daqueles diretores, aqueles atendimentos, aqueles clientes que sabem o que querem até descobrirem que eles não sabem de nada. Pense um pouco e tente lembrar de todos aqueles projetos que você realizou e que eram muito mais interessantes nos seus estágios iniciais. Tenho certeza absoluta que são muito mais do que aqueles que foram para a produção depois de todas aquelas refações.