Demorei um pouco para escutar os discos solos do Scott Kelly fora do Neurosis, mas quando escutei, me tornei um fã na mesma hora. O som é completamente diferente daquele que ele faz no Neurosis mas é de uma sinceridade e simplicidade sem precedentes. Violão em punho na frente de cerca de 50 pessoas, Scott Kelly tinha uma presença de palco que o transformava em outra pessoa. Um gigante tocando um folk minimalista repleto de histórias estranhas. Foi isso que eu vi naquele dia de Maio no Cassiopeia.
Ele veio até Berlin no final da pequena turnê do disco Songs of Townes Van Zandt onde ele toca umas 3 músicas junto com Steve Von Till e Wino, três lendas do metal americano tocando covers de country. E o show foi composta, na sua maioria, de músicas desse disco. Posso dizer que desconhecia esse disco completamente mas, sai de lá querendo mais. Tecumseh Valley se tornou minha música favorita do disco ainda no show.
É um pouco complicado escrever sobre o show dois meses depois de ter ido nele já que não me lembro muito bem dos detalhes que rolaram. Mas, posso dizer que fiquei surpreso com a presença de palco do Scott Kelly, como ele consegue controlar uma platéia com um violão na mão e como ele foi simples e legal com todo mundo que quis falar com ele. Comprei o The Wake dele na hora do show e ainda consegui um autógrafo dele. A foto abaixo é o que me senti obrigado a fazer depois de um show tão foda.
Agora deixa eu falar um pouco sobre o poster que fiz para o show. Desde que mudei aqui para Berlin, tenho tentado fazer um poster para cada um dos shows que eu vou. Tenho tentado também escrever um review e subir algumas filmagens do que ando fazendo por aqui mas as coisas não são tão simples quanto parece. Ando mais interessado no exercício criativo dos posters do que no resto mas algumas vezes nem isso é possível, como deve dar pra perceber nos posts que faço por aqui.
Para o show do Scott Kelly, eu queria algo que fosse tão grandioso quanto o show foi. Por isso mesmo demorei tanto para criar aquilo que eu achava justo, no mínimo. Rascunhei um pouco usando o Adobe Ideas direto no iPad e comecei a ter ideias de um visual construtivista russo, algo que combina um pouco com Berlin, por sinal. Depois de limpar um pouco o arquivo do iPad já no Illustrator, comecei a tentar ver o que surgia na minha tela. As imagens abaixo são o que surgiu antes da minha conclusão visual no topo do post.