Uma da formas mais simples de se tornar indispensável no trabalho é trabalhar mais do que todo mundo. Mas como eu vivo num mundo de publicidade online onde todo mundo trabalha demais, um dos paliativos que vejo ao meu redor é aquele onde o funcionário fica até mais tarde para dar aquela impressão a todos de que ele trabalha mais. Eu sei que, algumas vezes, isso não ocorre propositalmente mas é uma realidade em várias das agências que trabalhei.
Mas, esse tempo excessivo no trabalho tem seus dois lados. Por um lado, você perde parte da sua vida social. E do outro lado, você ganha um certo nível de sucesso. Apesar de que esse sucesso vem de uma forma quase trapaceira. Pelo menos ao meu ver.
O maior problema desse método de conseguir impressionar as pessoas é que o tempo é limitado. Só porque eu estou ignorando todas as consequências desse trabalho excessivo, pense num dia de trabalho de 16 horas. Adianta algo para você? Eu imagino que não porque eu duvido que seu nível de produtividade vai ser o mesmo durante todo esse tempo. Porém, se a ideia é marcar presença, você consegue seu objetivo fácil.
E se as coisas fossem diferentes? E se você não pudesse trabalhar mais do que, digamos, umas 5 horas por dia? Como seria a sua vida de trabalho? Sei que sua vida social ganharia pontos mas, como você faria seu trabalho? Imagino que todo aquele tempo que perdemos com facebook, twitter e outros seria cortado. Outras situações como aquelas reuniões inúteis também seriam cortadas a favor de uma produtividade realista.
Todo trabalho deve ser repensado, todo trabalho a ser feito deve ser avaliado de forma a ser feito da melhor forma possível. Porque não existe ato mais inútil do que fazer bem aquilo que não deveria ter sido feito. Quando você tem pouco tempo para fazer seu trabalho, seu foco volta para aquilo que realmente faz a diferença, para aquilo que é realmente importante.
Agora pense se isso fosse real, como seu trabalho mudaria? Como sua vida mudaria?
Ah, esse post foi inspirado numas ideias que eu andava tendo e que foram potencializadas por um dos ótimos artigos do Seth Godin.