Explicar o que é o Botanist é algo um pouco complicado. Afinal, a banda é um pouco sonoramente peculiar. Digo isso por que eles tocam black metal sem guitarras. E eles substituíram essas guitarras por um dulcimer, um instrumento medieval que consiste em uma caixa acústica de madeira com cordas metálicas de aço que são dispostas horizontalmente. Alguns poderiam chamar de uma guitarra primitiva mas eu não sou uma dessas pessoas.
É assim que o Botanist faz o que eles descrevem como Post-black metal worship of the Natural world. E preciso dizer que a banda é fenomenal. Quarta feira fui num show deles junto com o Kayo Dot e o Junius aqui em Berlin e fiquei surpreso com o barulho que eles conseguem fazer com esses instrumentos nada tradicionais. Por culpa desse show, resolvi publicar alguma coisa sobre eles aqui e escolhi falar sobre o The Suicide Tree já que ele tem a minha música favorita da banda: Helleborus Niger.
The Suicide Tree, que você pode ler um review no Cult, vem com 40 músicas contadas pelo ponto de vista do Botanist, um cientista louco que resolveu viver em exilo no meio da natureza. É sério isso e, se te deixou confuso, acredito que essa seria a intenção desde o início.
Em The Suicide Tree, que você pode escutar logo acima, você vai reconhecer os vocais e a bateria como algo remanescente do black metal mas é ai que todas as semelhanças acabam. Mas ai chega o som dos dulcimers distorcidos chega a ser melódico demais em partes e deixa o som estranhamente grudento em partes. É estranho e você precisa escutar para ver se gosta de fato. Preciso dizer que demorei algumas tentativas para conseguir digerir essa banda e sei que não deve ser algo simples.
Se você gosta de black metal e gosta de experimentações musicais com instrumentos diferentes, o Botanist pode ser aquilo que você estava procurando. Escute o The Suicide Tree e arrisque mais algumas das músicas deles no bandcamp. Se a curiosidade for grande, veja o video abaixo e entenda como eles conseguem reproduzir essas músicas ao vivo. Preste atenção no rapaz do lado direito do palco tocando o dulcimer com toda a empolgação do mundo.
